Capítulo 18: Fenômenos Espíritas
Retornar
Entre todas as provas de que existe no homem um princípio espiritual sobrevivente ao corpo, as mais frisantes são fornecidas pelo fenômeno do espiritualismo experimental ou Espiritismo.
Os fenômenos espíritas, considerados, a princípio, como puro charlatanismo, entraram no domínio da observação rigorosa e, se certos sábios ainda os desdenham, rejeitam e negam, outros, não menos eminentes, os estudam, verificando sua importância e realidade. Na América e em todas as nações da Europa, sociedades psicológicas fazem disso o objeto constante de seus estudos.
Tais fenômenos, já o vimos, produziram-se em todos os tempos. Outrora, estavam envolvidos em mistério e só eram conhecidos por pequeno número de pesquisadores. Hoje, universalizam-se, produzem-se com uma persistência e uma variedade de formas que confundem a Ciência moderna.
Newton disse: “É loucura acreditar que se conhecem todas as coisas e é sabedoria estudar sempre.” Não só todos os sábios, mas também todos os homens sensatos têm o dever de estudar esses fatos que nos patenteiam uma face ignorada da Natureza, de remontar às causas e de deduzir as suas leis. Esse exame só pode fortificar a razão e servir ao progresso, destruindo a superstição em sua origem, porque a superstição está sempre pronta a apoderar-se dos fenômenos desprezados pela Ciência, a desfigurá-los e atribuir-lhes caráter sobrenatural ou miraculoso.
A maior parte das pessoas que desdenham estas questões ou que, tendo-as estudado, o fizeram superficialmente, sem método, sem espírito de coerência, acusa os espíritas de interpretarem mal os fenômenos, ou, pelo menos, de deduzirem conclusões prematuras.
A esses adversários do Espiritismo responderemos que já é alguma coisa ganha o fato de eles se apegarem à interpretação dos fenômenos e não à sua realidade. Efetivamente, os fenômenos verificam-se e não se discutem. A sua realidade é atestada, como vamos ver, por homens do mais elevado caráter, por sábios de alta competência, de nome aureolado por seus trabalhos e descobertas. Mas, não é preciso ser sábio de primeira ordem para averiguar a existência de fenômenos que, caindo debaixo dos sentidos, são, portanto, sempre verificáveis. Qualquer pessoa, com alguma perseverança e sagacidade, colocando-se nas condições necessárias, poderá observar esses fatos e formar sobre eles uma opinião esclarecida.
Retornar